quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

SERVIR? AÍ JÁ É DEMAIS NÉ!!


“Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.” (Eclesiastes 9:10 )
Contam que certo dia um fósforo disse a uma vela: "Eu tenho a tarefa de acender-te." Assustada, a vela respondeu: "Não, isto não! Se eu for acesa, os meus dias estarão contados. Ninguém vai mais admirar a milha beleza". O fósforo perguntou: "Tu preferes passar a vida inteira, inerte e sozinha, sem ter experimentado a vida?" "Mas queimar dói e consome as minhas forças", sussurrou a vela insegura e apavorada. "É verdade", respondeu o fósforo, "mas este é o segredo da nossa vocação. Nós somos chamados para ser luz! O que eu posso fazer é pouco. Se não te acender, perco o sentido da minha vida. Existo para acender o fogo. Tu és uma vela: tu existes para iluminar os outros, para aquecer. Tudo o que tu ofereceres através da dor, do sofrimento e do teu empenho será transformado em luz; Tu não te acabarás consumindo-te pelos outros. Outros passarão o teu fogo adiante. Só quando tu te recusares, então morrerás!" Querem saber o que aconteceu? Dizem que, em seguida, a vela afinou o seu pavio e disse cheia de alegria: "Eu te peço, acende-me".
Considere que o sentido de nossa vida se completa quando de fato entendemos que existimos para servir aos propósitos de Deus.
Infelizmente, mas muito infelizmente mesmo, acostuma-se atualmente com uma espiritualidade que se comprometeu com matéria. Um dia desses uma certa pessoa, de uma grande igreja, afirmou que dentre os membros da sua igreja, há vários médicos, professores, odontólogos, psicólogos, gente entendida na área da informática, especialistas em diversas áreas profissionais, mas que, apesar disso, há uma imensa dificuldade em encontrar pessoas dispostas para servir a Deus. São pessoas que fazem de tudo para ampliar o seu intelecto, suas finanças, suas especializações, mestrados e doutorados, mas não usam nada disso para fazer Jesus conhecido com todas as potencialidades que lhes foram ofertadas pela Graça de Deus.
De fato não é raro, após um culto em que a exposição de Deus foi orientada no objetivo de buscar florescer o vigor vocacional, observar que o tema da pregação é enterrado debaixo do materialismo dos bate-papos, onde toda possibilidade de dedicação integral à Deus fica de fora dos planos. Penso sobre isso e me entristeço, considerando que este é, em sua grande maioria, o nível de comprometimento que deveremos observar, com uma freqüência cada vez mais assustadora, neste século.
Os evangélicos estão deixando os planos vocacionais de Deus para a existência deles, de fora de suas agendas e de suas histórias. Os argumentos são assim apresentados: “Já não basta que eu venha à igreja uma vez por semana? Ou em duas pelo menos?”; “O meu dízimo não ajuda a pagar as contas, que inclusive podiam ser mais bem administradas?”; “Será que não entendem que meu tempo está muito apertado?”. As lideranças das igrejas sofrem a pressão para se acostumarem com esse nível de relacionamento. Quero esclarecer um aspecto com relação a isso: EU NÃO ME ACOSTUMO E NÃO ME ACOSTUMAREI JAMAIS. É fato que há pessoas que se denominam evangélicos neste nosso século, mas que não se esforçam para oferecer a Deus tudo o que são, a fim de que Ele os use, integralmente, nos interesses do Reino. Gente que se perdeu pelo caminho do que seja espiritualidade e ficou encharcado pelas ninharias do mundo como fama, dinheiro, profissão e compromissos sociais com se isso tudo fosse um fim em si mesmo. Tornaram-se por demais assoberbados com os compromissos efêmeros* e se esqueceram dos compromissos eternos. Mas há também que não servem integralmente exatamente pelo contrário: tornaram-se profundamente preguiçosos de mente para estudar, questionar e para simplesmente ler a Bíblia diariamente e, a cada ano, se enterram num banco de igreja recusando-se até mesmo em ler um simples boletim de igreja. Dois grupos extremos podem ser vistos. O primeiro grupo formado por profissionais altamente solicitados e muito acima da agenda do Reino e de sua igreja; o segundo grupo formado por pessoas que, mesmo com tempo e sem altos treinamentos, se acham muito abaixo dos compromissos do Reino de Deus e de sua igreja. No meio disso, sobra aquilo que os administradores chamam de 20/80, ou seja: 20% das pessoas realizando 80% do trabalho necessário. Não é difícil concluir então quê, como há muito trabalho a ser realizado, há alguns nas igrejas que precisam fazer o trabalho de mais quatro pessoas.
Especialize-se, cresça intelectualmente, faça os cursos que forem necessários, mas eu espero que você não seja destes que deixam outros fazerem o trabalho que lhe foi confiado, porque está comprometido demais com a "concorrência" profissional. Reconheça sua Bíblia e não a sua agenda como o fator determinante para definir o seu tempo para servir com tudo que você é.
(Nátsan Matias- fev/2009)